Depois de um bom tempo, retomo a escrita neste espaço de escuta. E hoje motivado a escrever sobre relacionamentos, mais precisamente sobre casamentos.
O primeiro questionamento que me fiz foi: Como você vai escrever sobre relacionamentos estando já numa terceira relação?
Respondendo para mim mesmo e para os que me leem, penso: Primeiramente o objetivo nesta reflexão não é de maneira alguma criar uma receita de bolo sobre como fazer um casamento dar certo, isto os livros de autoajuda já o fazem e bem. Em segundo, estou sim em uma terceira relação, e isto não quer dizer que as duas anteriores não deram certo. Muito pelo contrario. Deram certo por doze anos cada uma.
Mas retomando ao título deste pequeno escrito, vou ousar, assim como o fez Rubem Alves ao comparar o casamento a uma partida de tênis e uma partida de frescobol, pensar o casamento como um pomar. Como o pé de uma deliciosa fruta que você tem no seu quintal.
Pense em uma fruta. Uma que você goste muito. Eu penso um pessegueiro. Adoro pêssegos. Me faz lembrar a infância quando ia a passeio na casa de meus avós no interior. O gosto pelo pêssego só é tão bom, porque eu não tenho um pé em meu quintal produzindo em grandes quantidades. No meu quintal tem um pé de acerola e um de goiaba, é comum que na época destas frutas, muitas caiam pelo chão ou são bem aproveitadas pelos pássaros.
Se observarmos um pouco mais, nos locais onde ocorre grande produção de frutos, pouco valor se dá. As pessoas que por exemplo vivem no campo, com pomares fartos, deixam que os frutos se percam. Podem passar a temporada das jabuticabas com o pé carregado sem sequer chupar uma.
Outro exemplo interessante são os Ipês amarelos. Não sei em outras regiões, mas aqui em Minas Gerais eles encantam nos meses de agosto e Setembro. Mas o interessante de observar é que somente nesta época do ano eles aparecem. Nos demais meses do ano caem as folhas e se tornam árvores sem graça alguma. Mas ai está o segredo do encanto. Não é algo continuo. O encanto só existe porque é somente uma vez por ano, é preciso a espera para novamente apreciar a beleza do vibrante amarelo. Se tivéssemos várias Ipês florindo o ano todo, seria bem enjoativo ver tanto amarelo por ai.
As relações de longa duração, os casamentos como são popularmente e historicamente conhecidos, são pés de fruta, são Ipês Amarelos produzindo o ano todo. Tendemos a não visualizar com o passar do tempo, aquilo de bom que temos ao nosso lado. Tendemos a observar mais as futilidades e os estresses cotidianos às coisas boas.
A questão que fica então é: O que fazer? Qual seria o segredo?
Poderia eu aqui apontar diversas possibilidades Mas retorno ao início do texto. Não tenho por objetivo trazer uma receita de bolo. Outrossim, promover reflexões as quais podem contribuir para que cada qual, crie sua própria receita.
Um abraço.
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