Palavras chave: Tempo, vida, felicidade, alegria,
trabalho.
Chegado o final de mais um
ano, muitos desejaram este momento, passamos por este que se vai ansiosos pelo
ano que vem, novas expectativas, novos planos, mas, não eram estes mesmos os
anseios que nos cercaram ao final dos anos anteriores ? Sim, por anos a fio
sempre estivemos esperançosos por um tempo melhor, desejamos ardentemente a
chegada de 2013, mas quando este vier, após um curto período, desejaremos que
acabe logo. Estaríamos aproveitando bem nosso tempo, estaríamos vivendo? O
livro, O Papalagui, nos traz uma série de reflexões sobre nossa vida a partir
do ponto de vista de um Chefe Indígena, entre elas a questão do tempo.
Conta o Livro que, Tuiávii,
senhor e chefe da aldeia de Tiavéa localizada na pequena ilha de Upolu, no
arquipélago de Samoa, faz uma visita a Europa, em sua temporada, o mesmo
observa os hábitos do Papalagui, ou seja, o homem branco civilizado, dentre
suas diversas considerações, cita a questão do tempo, de como o homem branco
vive e como o mesmo é consumido pela ânsia provocada em função da noção que tem
de tempo, sendo este, a partir do ponto de vista de Tuiávii , um grande mal ao
homem civilizado, os homens, as mulheres e até as crianças carregam consigo uma
máquina do tempo, diz Tuiávii se referindo ao relógio, o fato de o homem branco
fazer tanta referência ao tempo, não deixa que o mesmo viva este tempo,
igualmente, vive em função deste, se deseja fazer qualquer atividade que lhe de
prazer, o mesmo não se dará por
completo, pois, fatalmente, este estará condicionado ao tempo, quando foi
questionado sobre quantos anos tinha, respondeu : Não sei, quando insistiam,
calava-se e pensava: Melhor não saber, ter tantos anos, significa ter vivido um
tanto de luas, dizia Tuiávii, quando o homem tem consciência de quantas luas se
vive, o mesmo sabendo quantas já se passou, saberá que seu fim está próximo, a partir de então, perderá a alegria de viver,
morrendo em pouco tempo.
Nos dias atuais, em um mundo
globalizado e tomado pelo desenvolvimento tecnológico, estaria o homem, em
função do tempo, deixando de viver? Alguns
fatos nos levam a pensar que sim, hoje vive- se cercado de compromissos, estes
se tornaram obrigações, com hora para começar e terminar, as atividades
corriqueiras do dia a dia são transformadas em um pesado fardo, não há prazer
no que se faz, o trabalho se dá em função do capitalismo, o estudo também, esta
é outra crítica de Tuiávii ao Papalagui, dizia que o homem branco vivia em
função do metal redondo e do papel pesado, se referindo ao dinheiro, este era o
seu Deus, o qual, quanto mais se tem, mais se quer, assim, entra ano e sai ano,
e o homem que se diz civilizado, que tem o poder sobre as tecnologias, vai se
tornado rapidamente escravo da mesma, não tendo consigo a alegria de viver, o
que há são momentos alegres, a vida tornou se um pesado fardo a se carregar.
Nos dias atuais o homem não
terá muitas opções para fugir dos compromissos e da correria do dia a dia, o mesmo
se desenvolveu e acompanhou o desenvolvimento capitalista, um caminho, diria,
sem volta, mas com a possibilidade de se aprender a conviver com os fatos,
estabelecendo uma relação de prazer para com as tarefas desenvolvidas no
cotidiano, é possível traçar um novo olhar para o mundo, para a vida e para o
tempo, desta forma, deixará o homem de viver cada dia desejando que o mesmo se
acabe, uma mudança de postura proporcionará ao homem uma melhor qualidade de
vida, possibilitando aproveitá-la da melhor forma possível, afinal, o tempo do
homem é muito curto para que seja perdido, mas, é curto exatamente
porque se preocupa com o mesmo, lembro-me de quando criança, demorava uma
eternidade para que se passasse um ano, hoje, parece que um ano passa em um
piscar de olhos, teria o relógio acelerado? Não, o que mudou foi a forma de se
ver o mundo, um jeito, diria, ``idiota´´ de se viver, portanto, esqueça-se o
tempo, ninguém pode dizer que o ano que virá será melhor que o que o atual,
posso fazer algo para que seja, mas não devo deixar de viver a alegria do
presente pensando no futuro, assim, viva intensamente o presente, seja lá
fazendo o que for, seja simplesmente, feliz.
Um Abraço.
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