Muito
embora a ideia de se ter um monstro nos é algo talvez assustador, todos temos
um. Há inclusive quem os crie como que por estimação, desde pequenos
monstrinhos até monstros gigantes e assustadores. Monstros existem, estão por
ai, muitos adormecidos, podem assim continuar para sempre, mas podem também, ao
mínimo barulho, acordarem. Há quem consiga conviver bem com seus monstros, mas
há também muitas pessoas andando por ai, desnorteadas, verdadeiras escravas e reféns
de seus monstros, e o pior, sem nem mesmo terem noção disto. Sem saber quem são
eles. Esta afinal é uma boa pergunta. Quem é o seu monstro? Ele te protege ou
te escraviza?
Não
conhecemos tudo de nós mesmo, embora muitas vezes tenhamos esta ilusória impressão.
O que vemos, a forma como entendemos, são frutos de uma vivencia, da forma como
cognitivamente nos desenvolvemos ou fomos treinados a viver. Porém há algo
mais, há outro mundo o qual não o conhecemos, mas que influencia a forma como vivemos, como agimos. É neste mundo que muitas vezes habitam
os monstros, nossos monstros, temíveis, principalmente porque não o conhecemos.
Este mundo se chama ``inconsciente´´.
No inconsciente,
como o próprio nome já sugere, estão questões das quais não temos ciência, as
desconhecemos ou recusamos conhecer. Não é o objetivo aqui fazer uma explanação
sobre o que é o inconsciente, cabe por hora afirmar que ele existe e que muitas
das coisas que lá estão, são questões mal resolvidas, questões que foram recalcadas
por seu caráter traumatizante. Muitas destas questões se transformam em nossos
queridos monstros aqui referenciados. Nossos medos, nossas angustias. Situações
do dia a dia que nos paralisam. É inegável que muitos de nós já nos deparamos
em situações assim. Estes são nossos monstros. Em alguns casos, pessoas
convivem de forma harmoniosa com seus monstros, seus medos, mas, na maioria das
vezes, estes as paralisam. Pessoas nestas situações são levadas a tomar
decisões equivocadas, a viverem angustiadas. Muitas destas questões podem se resolver buscando conhecer a origem destes males. Porém a busca por este conhecimento
exige cautela. Pode ser que ao ir ao encontro destes, o sujeito encontre alguns
monstrinhos, porém, pode se encontrar verdadeiros gigantes, ou que se encontram
em tamanhos gigantescos. Nestes casos algumas técnicas, alguns cuidados serão necessários
para que este possa ser destruído ou, em alguns casos, colocados em se devido
lugar.
Para terminar, cito um verso
que me veio a consciência enquanto escrevia. Um trecho da música Dom Quixote,
do grupo Engenheiros do Havai.
``Tudo
bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem, seja o que for
Seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas... ´´.
2 comentários:
Olá, em primeiro lugar parabéns pelo texto.Coleciono cabeças de monstros.Meu sócio, o artista plástico que os desenvolve tem fascínio também.
Obrigado. ..Que legal a coleção. Ainda bem que são só as cabeças, sinal que estão em seus devidos lugares.
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