quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A RENÚNCIA DE BENTO XVI E A POSSIBILIDADE DE NOVOS TEMPOS NO CATOLICISMO.


Após oito anos a frente da Igreja católica, Bento XVI surpreende o mundo ao anunciar que renuncia ao papado, alega para tal, reconhecer-se com dificuldades em permanecer  como chefe da Igreja, visto  encontrar-se em idade avançada e sem forças para acompanhar as mudanças ocorridas mundialmente, as quais, segundo o mesmo, são de grande relevância para a fé.

Joseph Ratzinger, de origem Alemã, veio a assumir o papado no ano de 2005 após o falecimento de João Paulo II, escolheu para seu nome papal Bento XVI, fazendo assim uma homenagem a Bento XV, fato este que desde então mostrava sua tendência ao conservadorismo no campo dos costumes.

Apesar dos discursos promovidos pela Igreja católica de amor, respeito e apoio a Bento XVI, o falecimento de João Paulo II após 27 anos a frente da Igreja Católica deixou uma lacuna na evolução do catolicismo, João Paulo era considerado uma papa peregrino, foi o primeiro papa a visitar uma sinagoga, a entrar em uma mesquita num pais islâmico e o primeiro a promover um encontro de líderes das maiores religiões mundiais, em um esforço ecumênico visitou o muro das lamentações, um dos locais mais sagrados do judaísmo.

Ao assumir o local daquele que até então era reconhecido como o grande Papa, Bento XVI era visto de forma reservada pela população, seu histórico de conservador não era bem visto mundialmente, após oito anos à frente da Igreja católica, Bento XVI anuncia sua renúncia, e o faz de forma inteligente, usa para tal um discurso de que não possui mais forças para continuar seu papado, faz referência ao fato de o mundo estar num processo de mudanças às quais são fundamentais para a questão da fé, assume não estar preparado para tais mudanças. Ao fazer este discurso, Bento XVI reconhece sobre tudo a necessidade que a Igreja possui de acompanhar as mudanças mundiais, penso que, caso as religiões não abram suas portas efetivamente, principalmente para aqueles que pensam de forma diferente, para questões como a união Homossexual, o celibato para os padres, no caso do catolicismo, o desenvolvimento científico e outras questões mais, estarão as mesmas fadadas ao declínio, declínio este que se mostra notoriamente no catolicismo, fica nos então a pergunta: Quem seria o novo papa e qual o seu perfil ?

Partindo do pressuposto de que o alto clero compartilhe de ideais de mudanças e transformações, estejam cientes sobre as mudanças ocorridas mundialmente, pode ser que o mundo seja presenteado com um papa mais jovem, com uma mentalidade aberta para receber as mudanças e nortear os caminhos da religiosidade católica, este seria um grande ganho para o mundo e, sobretudo, para o catolicismo, porém, vejo com pouca chance esta possibilidade, visto que, assim como em outras instituições, a escolha de um papa está impulsionada por interesses políticos, creiam, estes serão fundamentais na escolha do novo papa.

Assim fiquemos na expectativa por este momento, torcendo para que o escolhido venha com toda sabedoria coordenar e guiar os passos do catolicismo em um mundo onde as coisas mudam rapidamente conforme dito pelo próprio Bento XVI, ciente que, com as mudanças ocorridas, valores até então imprescindíveis, já não fazem mais tanto sentido, é preciso algo novo, uma nova forma de colaborar para o desenvolvimento humano e sua espiritualidade.

Um Abraço.

Valter Fernandes Ferreira.