Vivemos,
e não há como negar, em um mundo impulsionado pelo capitalismo, se observarmos
bem, tudo ao nosso redor é impulsionado pelo mesmo, penso ser este a origem de
diversos males vividos por nossa sociedade, mas, não é o que aqui desejo
enfatizar, o que me impulsiona a escrever este é quando vejo culturas
religiosas utilizando, o que eu chamo aqui de `` venda de milagres´´ com o
intuito a se adquirir status perante a população e, desta forma, ganhar audiência na mídia audiovisual.
Durante
a idade média a Igreja católica promovia a venda de indulgencias, há 493 anos,
no dia 31 de outubro de 1519, Martinho Lutero fixou suas famosas teses (total
de 95) contra a venda de indulgências, na porta da Igreja Católica do Castelo
de Wittenberg, na Alemanha, contrariando os interesses teológicos e,
principalmente, econômicos da Igreja Católica. O impacto foi tamanho, que se
comemora nessa data o início da Reforma Protestante a qual se propagou
mundialmente, no Brasil, segundo pesquisa do IBGE, o número total de
evangélicos protestantes é de 42.275.440,
apresentando um crescimento de 61,45% ao ano.
Não
sou contra o protestantismo, reconheço coisas boas praticadas dentro das instituições
Evangélicas bem como no Catolicismo, o que critico é a propagação de uma
cultura de milagres, e não se trata apenas do meio protestante, há também em
alguns seguimentos católicos, porém este fenômeno é mais enfático no
protestantismo, hoje ocorre um verdadeiro fenômeno de programas evangélicos na
TV aberta sendo rede Record, RedeTV e Bandeirantes os principais canais a
exibirem tal programação, nestes momentos enfatiza-se certos milagres e curas
os quais não acredito ocorrerem da forma a qual é propagado, vejo tais
situações como um forte charlatanismo, um grave abuso da humildade de uma
grande massa em situação frágil, todos nós, em algum momento da vida,
passaremos por uma situação onde parecerá não haver solução para um determinado
problema, é este o momento em que se aproveitam da sensibilidade do ser,
oferecendo-lhe um novo olhar, a esperança de um milagre, não duvido dos mesmos,
mas o que se ocorre é a escravização do ser em função destes levando-o a
abandonar em alguns momentos a própria vida e os tratamentos oferecidos pela medicina,
agarrando-se em propósitos, correntes de oração e fé promovidos pelas
entidades.
Vivemos
em um país com um atraso cultural gigantesco, quando um pregador, com um
discurso persuasivo, vai à frente de um canal de TV difundir a orientação
religiosa da qual faz parte, apresentando
um suposto milagre divino como prova de sua razão, milhões de
telespectadores estarão do outro lado da tela, estes milhões os quais cito, não
possuem, em sua maioria, um mínimo de opinião crítica a qual o possibilite
visualizar tal contexto, trata-se de uma massa sofrida socialmente e, diria,
psicologicamente fragilizada, tornando-se presa fácil aos meios de comunicação,
da mesma forma em que a mídia vende uma Coca-Cola, as denominações religiosas vendem seus milagres, a troco de audiência, vendendo ali sua marca,
promovendo o que funciona categoricamente de forma empresarial, movido pelo
mesmo capitalismo citado no inicio deste escrito.
Tal
situação encontra se enraizada em nossa sociedade, vejo que, em curto prazo,
pouco se pode fazer, assim como em diversos outros problemas sociais existentes.
Precisamos difundir melhor a necessidade para uma revolução na educação em
nosso país, penso ser inútil esperarmos por grandes feitos por parte do poder
público, o que poderá trazer resultado positivo na qualidade de vida da
população Brasileira nas próximas décadas é a mudança no modo de pensar do
jovem adulto de hoje, uma maior abertura para as questões socioculturais e
maior incentivo à leitura, somos reflexo do passado e reflexo para o futuro,
sejamos a mudança que desejamos, um ser livre das opressões sociais impostas, sejam elas religiosas ou
não, se hoje, gozamos de certa liberdade, foi porque um dia alguém a desejou.
Grande
Abraço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário